A mineradora Vale teve seu pedido de aumento no consumo de energia para o complexo de níquel Onça Puma, no norte do Brasil, negado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), segundo informou a agência Reuters. O motivo da recusa foi o não cumprimento do prazo para confirmação da solicitação, comprometendo os planos da empresa de ampliar a produção na unidade.
A negativa ocorre em um momento estratégico para a companhia, que se prepara para iniciar a operação de um segundo forno em Onça Puma, parte de um projeto de expansão avaliado em US$ 555 milhões. Com essa iniciativa, a Vale pretende reforçar sua produção global de níquel nos próximos anos.
O objetivo da mineradora é aumentar sua produção anual de níquel de aproximadamente 160 mil toneladas registradas em 2024 para até 250 mil toneladas em 2030. O segundo forno, especificamente, deve acrescentar cerca de 15.200 toneladas por ano à capacidade da planta.
Documentos obtidos pela Reuters revelam que, no final de 2023, a Vale solicitou ao ONS autorização para elevar o consumo de energia de Onça Puma para 200 megawatts já no início deste ano. Embora o ONS tenha emitido pareceres técnicos favoráveis ao pedido ao longo de 2024, a Vale não assinou o contrato dentro do prazo estipulado.
Em fevereiro deste ano, a empresa entrou com uma nova solicitação junto ao ONS, propondo o início do consumo adicional de energia a partir de junho. No entanto, o órgão regulador nacional voltou a negar o pedido, alegando que a capacidade extra de energia já havia sido alocada para outro projeto em andamento.
Procurada pela reportagem, a Vale informou que está avaliando “alternativas técnicas” em conjunto com o ONS para viabilizar a aprovação do aumento de consumo energético necessário à expansão de Onça Puma. A companhia afirmou ainda que espera resolver a situação em breve.
Atualmente, a capacidade nominal de produção de níquel do complexo Onça Puma é de cerca de 27 mil toneladas por ano, o que representou cerca de 10% da produção total de níquel da Vale no ano passado. A ampliação da unidade é considerada peça-chave nos planos da mineradora para consolidar sua posição no mercado global desse metal estratégico.