A humanidade busca se organizar em comunidades há milhares de anos, num processo contínuo de estabelecimento e reconstrução. No entanto, determinar qual é exatamente a cidade mais antiga do mundo ainda habitada é uma tarefa complexa, repleta de discordâncias arqueológicas e conceituais. Muitos dos primeiros assentamentos humanos simplesmente desapareceram, provavelmente porque materiais perecíveis, como a madeira, não resistiram à passagem dos séculos. Quando buscamos os locais que permanecem vivos até hoje, surgem diversas candidatas, concentradas majoritariamente na Ásia Ocidental, e uma questão filosófica conhecida como o Paradoxo do Navio de Teseu: se uma cidade é destruída e reconstruída sobre os próprios escombros, ela continua sendo o mesmo lugar ou torna-se algo completamente novo?
Os berços da civilização no Oriente Médio
Ignorando o dilema filosófico e focando na continuidade, Jericó, localizada na Cisjordânia, desponta frequentemente como a favorita ao título. Com presença marcante no Antigo Testamento, a região abrigou diversos assentamentos, com muralhas e estruturas datadas de até 9000 a.C. Contudo, há um detalhe técnico importante: a parte mais antiga, conhecida como Tell es-Sultan, situa-se a cerca de dois quilômetros do centro da cidade moderna. Embora as ruínas sejam habitadas, historiadores debatem se a ocupação foi ininterrupta ao longo desses 11 mil anos.
A competição pelo título inclui fortes candidatas na Síria. Damasco, por muito tempo considerada a mais antiga, possui vestígios de presença humana também de 9000 a.C., embora o consenso atual aponte que a habitação contínua só se firmou por volta de 3000 a.C. Já Aleppo, apesar de ter sido palco recente da tragédia da Guerra Civil Síria, apresenta evidências de ocupação desde 6000 a.C., tendo florescido de fato milênios depois, durante a Era de Ouro da Rota da Seda.
Mudança de cenário: o planejamento das férias modernas
Enquanto arqueólogos tentam decifrar a cronologia exata das nossas origens urbanas, o viajante contemporâneo enfrenta dilemas mais imediatos e prazerosos. Com a aproximação das festas de fim de ano, muitos acreditam que já é tarde para planejar uma viagem memorável, mas isso é um equívoco. Para quem deseja escapar da rotina durante a época mais movimentada do ano, existem opções variadas que vão de retiros tropicais a aventuras na neve.
Refúgios de calor e praias paradisíacas
Para aqueles que se sentem confinados pelos dias curtos e temperaturas baixas do hemisfério norte, Punta Cana, na República Dominicana, surge como uma solução atraente. Com voos acessíveis partindo das principais cidades americanas, o destino oferece praias de águas azul-turquesa e uma infraestrutura completa de resorts “all-inclusive”. O local atende tanto famílias que precisam de entretenimento para as crianças quanto viajantes que buscam a tranquilidade de hotéis exclusivos para adultos, longe da agitação.
Sem sair dos Estados Unidos, o arquipélago de Florida Keys é a alternativa ideal para quem busca calor sem a burocracia de viagens internacionais. Estendendo-se do sul da Flórida em direção ao Caribe, essas ilhas garantem clima agradável durante as festas. O grande destaque, contudo, não é apenas a praia, mas a vida marinha vibrante. Visitantes podem mergulhar na única barreira de corais viva dos Estados Unidos continental e interagir com um ecossistema que inclui golfinhos, peixes-boi, tartarugas marinhas e tubarões-lixa.
O charme do inverno e luzes da cidade
Para quem prefere abraçar o frio com estilo, Jackson Hole, no estado de Wyoming, troca as palmeiras por montanhas nevadas. Situado sob a imponente Cordilheira Teton, o local oferece algumas das paisagens mais pitorescas da América do Norte. Além de ser um destino de esqui de classe mundial, a região permite caminhadas guiadas com raquetes de neve e relaxamento em fontes termais, compondo um verdadeiro cenário de “país das maravilhas” de inverno.
Já no contexto urbano, Chicago prova que tem muito a oferecer além do verão. A “Cidade dos Ventos” se transforma em dezembro, com a Michigan Avenue iluminada e o famoso mercado natalino Christkindlmarket no centro. A patinação no gelo no McCormick Tribune e a vista do Skydeck da Willis Tower são imperdíveis. Além disso, a ampla oferta hoteleira torna Chicago uma excelente opção de última hora.
Por fim, cruzando o Atlântico, Lisboa se destaca como um destino europeu festivo e acessível. Com voos mais baratos e menos multidões nesta época, a capital portuguesa brilha com decorações natalinas e mercados de rua. É o momento ideal para explorar museus impressionantes, como o Calouste Gulbenkian e o Museu Nacional do Azulejo, sem a pressa habitual, oferecendo uma experiência cultural rica para quem busca um fim de ano diferente na Europa.