Fundos imobiliários superam Selic em rendimento; HTMX11 lidera com quase 22%

A recente queda da taxa Selic para 11,25% ao ano reacendeu o interesse por fundos imobiliários (FIIs) com alto potencial de retorno. Com o novo corte de 0,5 ponto percentual, muitos investidores voltaram os olhos para essa classe de ativos, conhecida por remunerar seus cotistas mensalmente por meio de dividendos. De acordo com dados atualizados, 51 fundos estão entregando um rendimento superior à taxa básica de juros da economia.

O destaque absoluto é o fundo Hotel Maxinvest (HTMX11), que registrou um dividend yield de expressivos 21,93% nos últimos 12 meses. Esse é o melhor desempenho entre os 108 fundos listados no Ifix, índice que reúne os FIIs mais negociados da Bolsa brasileira. Em janeiro deste ano, o HTMX11 chegou a distribuir R$ 3,25 por cota, consolidando sua posição de liderança.

Além do HTMX11, outros fundos também se destacam pela rentabilidade. O fundo Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) aparece em segundo lugar, com dividend yield de 16,50%, seguido pelo Valora CRI (VGIR11), com 15,07%. A lista inclui ainda nomes como Habitat II (HABT11), Riza Arctium Real Estate (RZAT11) e RBR Plus (RBRX11), todos com rendimentos superiores a 14%.

Confira os maiores pagadores:

Ticker Fundo Segmento Dividend Yield (12 meses)
HTMX11 Hotel Maxinvest Hotel 21,93%
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Híbrido 16,50%
VGIR11 Valora CRI Títulos e Val. Mob. 15,07%
HABT11 Habitat II Títulos e Val. Mob. 14,93%
RZAT11 Riza Arctium Real Estate Outros 14,85%
RBRX11 RBR Plus Multiestratégia Real Estate Híbrido 14,83%
SPXS11 SPX Syn Multiestratégia Híbrido 14,75%
RBRY11 RBR Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. 14,62%
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 14,60%
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 14,56%

Segundo o especialista em FIIs Danilo Bastos, o dividend yield deve ser analisado com cautela. O indicador representa a relação entre os proventos distribuídos e o preço da cota, mas não mostra, sozinho, a saúde financeira do fundo. Ele destaca que alguns rendimentos elevados podem estar atrelados a eventos não recorrentes, como a venda de ativos, ou à desvalorização das cotas por conta de riscos específicos.

“É fundamental entender o contexto. Às vezes o fundo distribui muito porque vendeu um imóvel, ou é um fundo de papel bem posicionado no CDI. Em outros casos, o preço da cota caiu tanto por algum risco que, quando há distribuição, o percentual de retorno fica alto”, explica Bastos.

Com o cenário atual de juros mais baixos, os fundos imobiliários tendem a se tornar ainda mais atrativos para quem busca renda passiva. A diversificação dos segmentos — como hotéis, papéis, híbridos e outros — permite ao investidor montar carteiras alinhadas ao seu perfil de risco e retorno desejado.

Para os interessados nesse tipo de investimento, é essencial olhar além do percentual de rendimento e considerar fatores como a consistência das distribuições, a gestão do fundo e os riscos envolvidos em cada ativo.